quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Trivialidades

Como o australiano adora trivialidades, noites de trívias, vamos falar de trivialidades também aqui.

Sem Calcinhas

12 anos sem calcinhas na Austrália.

Sem calcinhas compradas na Austrália. Porque aqui não tem calcinhas que vistam uma brasileira bem, então o jeito é importar do Brasil, sempre que se vai lá em férias ou alguma amiga faz o favor de comprar e trazer pra a gente.

Na Austrália só tem “calçolas”, aqueles bagulhos enormes, cheios de panos sobrando, que parecem a trouxinha da cegonha. Engraçado é que a australiana, assim como as inglêsas, norte-americanas e européias em geral, são “pouco dotadas” embaixo, então fica pior ainda de entender o porque destas calçolas. Seria para as senhoras?

Por outro lado, e o outro lado é o avesso do avesso, totalmente contrário, a outra opção que se tem nas lojas é… fio-dental. Pois é, ou fio-dental, ou calçola. Fio-dental aqui se chama “G String” (cordão “G” – porque? Nem formato de “G” tem). O jeito é importar nossas jóias brasileiras, apropriadas para os reconhecidamente mais belos bum-bums do mundo. No Brasil se acha coisas realmente sexy.

E Fio Dental para Homens?

Pelo menos as cuecas australianas, "Made in China", estas meu marido pode usar sem precisar importar.

Bem, não me refiro aos fios dentais, que ele não adotou ainda, e nem vai adotar, porque se adotar, perde a mulher. Mas parece que o físico dele é mais parecido com os homens daqui, ou pelo menos com o dos fabricantes chineses! Não que seja tudo parecido com os chineses, sabe como é, mas como tudo o que se vende aqui é fabricado por chineses, então com alguma pesquisa, ele conseque um ou dois modelos que vestem bem nele. Meu filho também não parece ter muitos problemas.

Mas eu e minha filha, não tem jeito, temos que importar. Só usamos produtos importados! Importados do Brasil!

Pois é, a outra opção para homens é o fio-dental também. Imagine seu marido de fio-dental.
Isso mesmo, seu marido cinquentão, ou sessentão. Pois aqui é assim. Conheço um casal sessentão que ambos usam. Epa, como é que eu sei disso? Bem, isto eu não vou poder contar aqui não, vamos em frente. Fio dental para homens se chama “thong”.

Acho que é um fetiche que as mulheres deles, quando duram no casamento, exigem que eles se submetam, para que eles durem também. Desculpe o trocadilho.

Então, nada de surpresas, tem fio-dental pra homem mesmo nas lojas mais finas, você não está na ala feminina, está na masculina mesmo. Mas para homens existem muitas outras opções de cuecas, com vários nomes e tamanhos diferentes, como boxers, speedos, bikinis, etc. Mas aquelas que chamam aqui de “bikini”, equivalentes às famosas Zorbinhas, também têm um grande defeito: elas também são cheias de panos atrás, como se fosse calçolas.

Que diabos tem esse povo daqui, não dá pra entender. Os homens daqui também são pouco dotados embaixo (estou falando das pernas e traseiro, minha gente, o resto eu não sei e não preciso saber…). Então, porque suas cuecas também são cheias de panos? 

Então, meu marido, que não gosta de pano sobrando atrás, ainda tem este pequeno problema para resolver. O que tem de pano atrás, falta na frente.

Por isso, para comprar roupa de baixo na Austrália para brasileiros, é preciso pesar e medir bem direitinho. “Cabe?”, “não cabe?”

Enfim, comprar roupa às vezes dá dor-de-cabeça. 

O Andar de Cima

Voltando as mulheres, comprar soutiens também dá dor de cabeça, pelo menos para mim e minha filha, que temos que importar. Desde que eu cheguei aqui que tem essa moda dos soutiens “tipo quenga de côco”, ou com armações de ferro, pra não deixar as coisas das australianas cairem. São côcos enormes, um praga de centenas de côcos, vermelhos, amarelos, de bolinhas, estampados, de rendinha, mas todos côcos! As australianas, assim como as americanas e européias têm a parte de cima muito farta que são a delícia para seus maridos, ao contrário do brasileiro que curte o andar de baixo.

Pois bem, parece que essa moda chegou no Brasil, sem necessidade, claro, mas aqui, a mais de 10 anos que não se consegue achar nada diferente, nadica de nada, em lugar nenhum, nem mesmo para as chinesas, que são tantas aqui.

O jeito é importar.

A Vida Cor-de-Rosa na Austrália

E então, as roupinhas lindas e charmosas que eu comprava para minha filha pequena no Brasil, aqui não existe nada parecido. Roupa de menina aqui tem que ser cor-de-rosa. Pra onde você se vira na parte de crianças nos grandes magazines, é cor-de-rosa. Ora, para um país com mulheres tão liberadas, como é que elas ainda engolem tanto cor-de-rosa? Até os carros delas são cor-de-rosa. “Women’s liberation” de fachada.

E não é só cor-de-rosa não. São vestidos do século 18, cheios de fru-frus, enormes, e as crianças, coitadinhas, vão brincar assim, se rasgando, sujando tudo. Então o que eu fazia? Comprava roupas de meninos para minha filha, que passou a recusar a vestir vestidos como estes e muito menos cor-de-rosa. Aqui na Austrália, roupas de meninos são muito mais transadas, e viva o machismo! Homens aqui tem muito mais direitos (só se for neste ponto!).

Ela ficava uma gracinha.

Então, comprar roupas para mim é também um suplício. Até cortar cabelo é um suplício. Enquanto no Brasil eu confio plenamente nas cabeleireiras, aqui não dá pra confiar nem um segundo. Uma vez fui ao salão aqui para fazer uma luzes no cabelo e colocaram tanta tinta que vazou e me deixou loura e o pior, meu cabelo todo manchado. Imagina eu, loura! Fiquei com muita raiva, esperneei e não tinha mais o que fazer, como este salão era no shopping, fui direto para uma loja de cosméticos e comprei uma tinta na cor do meu cabelo e quando cheguei em casa coloquei minha cor de volta que não deu tempo nem de meu marido ver. 
Se ele visse, ia tirar um sarro com minha cara, eu estava simplesmente ridícula.

Desmilinguidos

Já minha filha abdicou de sua farta cabeleira brasileira para simular as desmilinguidas daqui, e hoje ela parece uma chinesa ratada ou mesmo uma australiana que tem pouquíssimo cabelo. Só não quis ficar loura, pelo menos, que isso já era demais.

Quanto mais jovem, mais invasivo, e o fato é que invadem tanto a vida dela que ela acabou sucumbindo e tentando se parecer mais com as “locais”. Falaram até que ela era “peluda”. Sabe aqueles pelinhos nos bracos da brasileira? Aqui as mulheres são lisas como lagartixas, mas pelo menos ela não depilou os braços por isso! Mas o fato é que todos têm muita inveja do charme de brasileira que ela tem, cujo físico dá de 10 a zero nas “locais”.
Imagina que foram falar até do tornozelo grosso dela, orgulho da família! As garotas daqui é tudo cambitinho… ou então obesas demais.

Já seus amigos homens, estão todos usando esta tal calça ligadinha que deixa todo mundo de pernas finas, ou aquelas que ficam caindo, deixando a cueca à mostra, isto sem falar nos cabelos coloridos, além dos piercings e tatuagens. Ela já foi até requisitada para bolar uma tatuagem para a mãe de uma colega! E dois de seus amigos viraram gays, deve ter sido por usarem tanta calça apertadinha. Acho que apertou tanto que fez murchar e ficar desmilinguido…

Smilinguido

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Praias

Para quem pensa que sou cega, a Austrália tem praias bonitas. Aliás, não são só as praias, tem muita coisa bonita, porque o povo australiano é materialista e adora coisas bonitas, então obviamente tudo nas mãos dele se torna bonito, inclusive eles próprios. Este é o grande problema, ele é materialista demais!
Praia de Bondi, em Sydney
Infelizmente beleza não põe mesa, e todo mundo sabe disso. É agradável passar um tempo rodeado de coisas bonitas, fica-se entretido por um tempo, mas então vem o tédio e a percepção das coisas. É quando seu interior quer mais, e você vira pra um lado, vira para o outro, e não encontra.


Praia de Coogee, em Sydney
Quando viemos para Canberra, nos disseram que a praia ficava a 1 hora de carro. Bem, não sabíamos que era 1 hora de carro a 200Km/h, como se isso fosse possível. O fato é que a praia mais próxima fica a bem mais tempo do que isso. E como se não bastasse, o caminho é bastante estressante.

As Pseudo-Praias de Canberra

Canberra não tem praia. O que é chamado de praia, é um “creeckezinho” lá no fundo de um barranco íngreme, que se alcança de carro, descendo muito. Uma é chamada de “Pine Island” (Ilha do Pinheiro) e a outra “Kambah Pool” (Piscina de Kambah). Tem áreas de pique-nique com churrasqueiras, mas também esconde sujeitos estranhos que se escondem nas brenhas pelados… Um ótimo lugar para pegar suas presas!
Lago Burley Griffin em Canberra, que não é balneáreo
Canberra também tem algumas piscinas públicas, onde paga-se pouco para curtir piscinas enormes, cobertas e climatizadas, cheias de bandaids, em prédios de arquitetura arrojada. Ao contrário do Brasil, que costuma controlar a saúde e a pele dos banhistas de piscinas de clubes, aqui na Austrália não tem isso, não existe nenhum tipo de exame de pele para utilizar a piscina, então prepare-se para ficar enojado. Eles se acham “higiênicos”, e também devem achar normal o imenso número de garotas com fungos e infecções nas partes, que acabam crônicas.

O Caminho para a Praia

Praia de verdade, só na costa. Para se chegar na praia mais perto de Canberra, que é Batemans Bay (Baía de Batesman), é preciso enfrentar uma estrada estreita que no final se torna íngreme e bastante perigosa, pior do que a estrada Rio-Petrópolis.

Por conta disso, e dos limites de velocidade, e por ser uma estrada simples, com uma faixa de cada lado, tornando muito difícil a ultrapassagem, leva-se muito tempo para ir à praia e voltar num só dia, além de tornar-se cansativo e estressante.

Dentre as coisas “interessantes” desta estrada, a maioria dos trechos não tem acostamento. Não me perguntem o que se faz com o carro quando ele quebra num local destes. Isso inclui barrancos e precipícios imensos, em grandes descidas, os quais não tem acostamento, e os “guardrails” (gradis) nos parecem muito frágeis para conter veículos em velocidade. Em alguns trechos a velocidade máxima permitida é 40km/h. Para conter caminhões pesados desembestados ladeira abaixo, existem rampas cavadas na terra, subindo, assim eles podem desviar para as rampas e param por lá mesmo, lá em cima, por inércia, solução bastante exótica.


Estrada do Rei (Kings Highway), caminho de Canberra para a costa
É que apesar de ser um continente plano, com grande parte do deserto central abaixo do nível do mar como um imenso prato, esta região ao longo da costa sudeste é alta. Para ir-se à praia é preciso descer-se bastante, e consequentemente subir-se de volta, o que nos faz seguir caminhões vagarosos em velocidade muito baixa, piorando nosso stress, porque nem todas as subidas tem faixas para veículos lentos. É uma verdadeira fila indiana.

Pois bem, passada a aventura, chegamos à praia. Ou melhor, não ainda. Para chegar-se à praia é preciso dirigir-se por mais alguns quilômetros, norte ou sul, porque descemos num rio, longe da praia. Para o sul, passamos numa inusitada ponte de ferro e madeira, móvel para dar passagem a barcos.


Uma das praias em Batemans Bay, com sombra!

Praias de Batemans Bay

Apesar da quantidade de morcegos nos matarem de medo no lusco-fusco de Gold Coast, esta praia não é de Batman, o homem morcego, aquele do Robin, o nome é mesmo baía de “Batemans”.

Bucólica cidade de Batemans Bay
E lá estamos em Batemans Bay, uma cidadezinha simpática e agradável, mas ainda um tanto longe da praia. As praias de Batemans Bay começam com uma espécie de cais à beira de um braço de mar que liga-se ao rio. A notar-se, está o tamanho dos pelicanos empoleirados nos postes, dando a impressão de que são muito pesados para a façanha e vão derrubar o poste com fios e tudo.
Pelicanos empoleirados e ponte da cidade baía de Batemans
Iates e barcos pesqueiros pra cima e pra baixo é lugar comum na Austrália, então nem é preciso mencionar, pois afinal na Austrália não tem pobres, tecnicamente, e praticamente todo mundo quer ter, no mínimo, seu bote ou caiaque.

Restaurantes típicos de cidades da costa

Junto com restaurantes típicos, simples, de comida marinha, e com piers e cais por onde se pode caminhar bucolicamente, além de parques na beira da água com vistas para a cidadezinha e a ponte, o passeio se paga. Indo mais adiante para o sul pode-se finalmente encontrar praias, começando por umas bastante pedregosas, a maioria com enseadas cercadas por precipícios onde algumas pessoas constroem suas casas “maravilhosas” e seguras de alguma onda maligna.


Praias pedregosas e casas empoleiradas
Passear com o cachorro nestas praias é meio complicado, algumas permitem, a maioria não. Portanto, quem tem cachorro tem suas opções restringidas.

"Entrada" da praia
Em seguida a cidade vai acabando, e as casas ficando mais bonitas, incluindo as que sobem as serras. São casas de praia, mesmo que fiquem longe da praia, e estão geralmente vazias, porém no verão a cidade fica lotada de gente, e começa a dar nos nervos. Naturalmente que se pode alugar estas casas por períodos diversos, e muita gente faz isso. São casas de vários tipos, e outros tipos de acomodação como hotéis, e “caravan parks” (parques de caravanas, ou casas reboque, que também tem casinhas ou bangalôs pra alugar).


Proteção
É tudo muito bonito, mas se você vai conhecer um destes “caravan parks” que tem em toda parte na Austrália inteira, ele só serve para quem tem “certo” estilo de vida, digamos assim, despojado, porque o pessoal é bem barulhento, bagunçado, não tem muita distância entre uma casa reboque e outra, e você economiza com hotel mas paga para estacionar, usar água e abastecer de energia. Por outro lado, as praias perto destes parques ficam coalhadas de gente, com muita criança barulhenta e sem limites. Tudo bem que as praias, apesar de não serem tão espaçosas, são sempre maiores do que a quantidade de pessoas, então você ainda tem a chance de deslocar-se, para livrar-se da zoeira.

O mesmo acontece no período de férias quando todas as casas estão alugadas e o povo se acotovelando pra achar acomodação, ou espalhando seus pique-niques nos parques à beira mar (parques em beira de praia não são muito comuns no Brasil), junto com suas tendas.

Alguns locais bastante aconchegantes e particularmente belos, envolvendo enseadinhas de água limpíssima (e fria) junto com braços de riachos infelizmente são tão procurados que você pode passar horas pra conseguir um estacionamento, pois não se estaciona ao Deus dará, tem sempre os lugares todos marcados, e alguns com 2 horas de tolerância, ou seja, sua praia não pode durar mais do que isso, nada de ficar o dia inteiro curtindo o bem bom, que isso fica pra brasileiro no Brasil.

Também dificilmente você achará uma sombra bastante boa pra ficar, porque as árvores da Austrália dão pouca sombra, com folhinhas diminutas, para extrairem o máximo do sol e da chuva. Sombra não é bem o que o povo procura, realmente, procura-se mais o sol mesmo, se bem que australiano não é resistente a raios solares, então vendedor de protetor solar aqui ganha dinheiro, além do que este é o país com maior índice de câncer de pele no mundo, não só por causa da raça branca predominante no povo australiano, como por causa da camada de ozônio ser a mais fina de todas no planeta, pior do que na Patagônia, Argentina.

Você pode ir mais adiante, procurando vaga, e pode ser que ache numa praia que não é bem o que você esperava. Pelo menos não vai ser assim tão feia. É preciso ir mais e mais para o sul, 100, 200km, quando o vento faz a volta. Praia é o que não falta na Austrália, a maior “ilha” do mundo, mas algumas podem ser “pouco atrativas”. Então, de tanto viajar no meio do nada a procura da praia perfeita, é melhor voltar.

Praias de Peeble, Maree and Uladula

Em sua próxima viagem, você pode ir para o norte, ao invés de para o sul. Numa das nossas viagens, pudemos ver e passar a mão em cangurus à beira mar na praia de “Peeble beach” (fala-se Píbôu bish, praia dos seixos), meio pedregosa, mas a praia que nos pareceu a mais bonita foi “Uladula” (que se pronuncia “aladala”). 


Praia dos Seixos ("Peeble Beach")
A cidadezinha é bucólica, muito linda, com casas espaçadas e de aparência aprazível em ruas à beira mar, porém no alto e distantes do mar, o qual pode ser vislumbrado em todo o seu explendor azul marinho, sob um céu límpido e maravilhoso, com suas largas faixas de areia beje, quase branca. Isso porque aquela enseada é imensa, quase sem fim. Ao subirmos num precipício, podemos ver norte e sul até onde a vista não alcança mais, deste mesmo tipo de praia.



Praia de Maree
Na subida do barranco tem, pasmem, barzinhos de praia no estilo brasileiro, mas na realidade não são, porque tudo é organizado demais, e perde a graça.

Outra praia bonita é a de “Maree beach” (fala-se Marí bish), também enorme, e cercada de pedras, também com casas no alto dos penhascos olhando para a imensa baía abaixo. Esta tem “caravan park”, mas é grande o bastante para não se intimidar com a invasão de turistas, se houver. O interessante é o caminho para a praia ser todo gramado. Árvores, pra variar, não tem, só alguns arbustos com alguma sombra. Maree e Uladula são nomes aborígines.

E, como sempre, o australiano se abriga erigindo paredes baixas de tecido colorido, espécies de barraquinhas laterais, para se protegerem do vento e talvez trocarem de roupa.

Praias de Sydney

Ao redor de Sydney, na faixa de 100 km de distância, existem praias realmente atraentes, como uma cujas ondas entram pelas cavernas e explodem do outro lado, para cima, como gêisers. Para o norte, são muitas praias com muitas cidadezinhas litorâneas até Brisbane, onde a coisa começa a rarear em termos de ocupação. Em matéria de praias, a Austrália tem milhares. O problema é que são muito parecidas umas com as outras, e também muito distantes, sendo as melhores muito lotadas, e as desertas, desertas demais. Nada é perfeito.


Pedras em Vaucluse, Sydney

As praias de Sydney são complicadas. A cidade tem muitos precipícios e pouca praia para o número de habitantes. E como elas não são como as brasileiras, quase curtíveis o ano inteiro, o povo não se entusiasma muito com elas. Não é preciso falar que as praias australianas são os lugares preferidos para os brasileiros morarem. Eu também pensava assim até conhecê-las de perto, daí caiu o tesão. Além disso, não quero nem devo mais pegar sol, já peguei o bastante para o resto da vida, e daqui pra frente é perigoso, portanto, praia, adeus.

As praias vão ficando maiores quando vai-se saindo de Sydney, para o sul ou para o norte. Podemos dizer que a melhor praia de Sydney é “Manly”, porque é maior do que a famosa “Bondi” (fala-se “bondái”), e também é festiva.


Manly Beach tem um prédio...
Todas as praias de Sydney guardam uma atmosfera do passado, porque não tem arranha-céus estilo brasileiros ou de “Gold Coast”, no estado de Queensland, mais ao norte. No Brasil, arranha-céus desbancam as casinhas ou mansões históricas do passado, mas a Austrália e muitos países do mundo preservam a atmosfera bucólica e nostálgica dos velhos tempos em que as praias eram seguras e tranquilas.


Sydney tem muitas pequeninas praias no meio de barrancos, como uma chamada Balmoral. Algumas destas praias tem mansões sobre elas, nos barrancos. O mais interessante da costa de Sydney são os caminhos construídos para caminhadas, muito pitorescos. Muitas prainhas são internas às baías do estuário de Sydney, sem ondas, como Manly, que tem praia para o oceano e praia para o interior, com uma das mais belas vistas do centro de Sydney bem ao longe. Nesta pequena prainha oposta a Manly tem um caminho que nos leva para cima de umas rochas, onde as pessoas fazem pique-niques. O problema é sempre onde colocar o carro, e ficar atocalhando o prazo do estacionamento.

A praia mais famosa é a de Bondi. É uma pequena praia, porém muito charmosa (e cheia de brasileiros, assim como Manly). Não tem edifícios, só uns poucos hotéis por trás da avenida principal. Caminhar em toda Bondi é muito gostoso.


Bondi Beach

Sydney é cheia de loquinhas pra se descobrir. Mas já vi que tem praias particulares e ruas privadas em bairros chiques onde predominam Rolls Royces, Ferraris, Porsches e Jaguares, se bem que eles não se parecem nada chiques ou diferentes do resto da cidade. Na realidade não se pode saber o que é chique ou não, porque muitas vezes, uma casita de 4 metros de largura e aparência igual às outras, por dentro é uma casa imensa com piscina no fundo e solar no topo. A gente pensa que não tem garagem, mas ela fica na rua de trás, bem estreitinha.

Bondi vista do oceano Pacífico
As praias de Sydney guardam este ar gostoso e tranquilo do passado. Nada parecido com as atabalhoadas e lotadas praias brasileiras que tanto nos enchem a vista de excitação e o coração de êxtase. Talvez elas não sejam lotadas porque você só pode estacionar por duas horas, no máximo!
 
Sydney possui ainda um atrativo a mais que depende do gosto da pessoa. Ela tem diversas piscinas construídas entre as encarpas e o mar, de água salgada, protegendo as pessoas que querem curtir o mar mas não podem se expor aos perigos do mar aberto. Estas piscininhas são bem frequentadas por gente de todas as idades, e também tem em várias outras cidades litorâneas.

Piscininha de água salgada

Uma vez vi no jornal uma reclamação das mulheres muslins (muçulmanas) que se banhavam numa destas piscinas exclusivas para mulheres (aqui ainda tem destas coisas) porque um gay resolveu tomar banho lá vestido a caráter, com um mini shortinho. Foi um Deus nos acuda, sairam todas, se enrolaram nas toalhas e botaram a boca no mundo. Ora, quem é que tem mais direito, as mulheres de certa religião de outro país para quem gay é homem, ou um gay sem religião que se considera mulher? Nestas horas fica difícil de se entender… 

Praias de Queensland

Para quem gosta de mergulhar, as praias do norte de Queensland são outro paraíso. Até ofereceram um dinheirão para um estrangeiro, que ganhou o concurso internacional, passar 6 meses lá na barreira de corais, “trabalhando” para manter o equilíbrio ecológico lá, que é bem precário, e qualquer coisa pode ameaçá-lo. Este emprego tem sido citado como o melhor emprego do mundo, mas é claro, não é bem assim. Tem muitos perigos…

Os recifes de corais desta famosa barreira são imensos, e ficam no meio do Pacífico, mas pertencem à Austrália. Um “Crocodile Dundee” real, Steve Irwin, morreu lá quando foi atacado por uma arraia gigante que lhe furou o peito com sua espora. É, ele vacilou, e acabou com uma carreira milionária que despontava, arruinada. Hoje sua filhinha, Bindi, que é uma “gracinha” (grrrr!) tenta manter a chama, junto com a mãe empresária norte-americana, mas a menina não é a mesma coisa que aquele ícone de homem louro carregado no “sotáike” australiano e sempre vestindo bermuda de cor “cáiki”. Ai ki calor...


Steve Irwin, um Crocodile Dundee real

Tem até praias com jacarés, pode? As praias de Cairns, no extremo norte, são inúteis por causa disso, ninguém quer ser comido vivo (assim, literalmente falando), se bem que de vez em quando alguém é apanhado, por isso eles construíram uma praia artificial interna, tranquila, como uma grande piscina, do mesmo estilo de uma que construíram em Brisbane também, em Southbank (“barranco do sul”), só que neste caso é porque não tem praias em Brisbane assim como em Canberra. Canberra bem que merecia uma praia artificial igual àquelas.

Jacarés na praia? Jacarés no mar? Pois é, só na Austrália tem jacarés no mar. São jacarés de água salgada! E são enormes crocodilos, um terror.

Praias de Melbourne

Praias com atmosfera de 1920. É assim em “Brighton beach”, em Melbourne, um pedaço de paraíso, um tanto frio e cheio de conchas, se bem que um paraíso muito caro (pra variar). “Brighton beach” lembra a Boa Viagem dos anos 50, quando existia a famosa casa navio e o castelinho (ainda existe, mas hoje é mero lobby de dois blocos iguais de arranha-céus). “Brighton beach” é famosa por ter casinhas de trocar de roupa, todas de cores diferentes, umas ao lado das outras. Pois, acreditem, até estas casinhas de trocar de roupas custam mais de um milhão de dólares quando vendidas, pasmem.

Praia de Brighton, em Melbourne


Outras Praias Australianas

Amigos falam que as praias urbanas de Perth são também lindas e aprazíveis. Perth é a única cidade grande do outro lado da Austrália, no oceano Índico, que fica isolada do resto do mundo. Suas praias costumam ser extremamente quentes e também não tem muita vegetação ou sombra.

As praias de Adelaide, a quarta grande cidade, no sul da Austrália, são similares. As praias do estado de Victória, cuja capital é Melbourne, são frias, e as do noroeste da Austrália são absurdamente desertas. Praias do sul da Austrália são famosas por suas rochas erodidas, onde parece que o mar vem fazendo um longo trabalho durante séculos, comendo a terra e derrubando os barrancos. Uma foto aérea do sul do continente australiano mostra como se fosse uma táboa flutuando, totalmente plano com os barrancos recortados, comidos igualmente pelo mar. Paisagem única no mundo, apesar de haver similaridades com as costas da Inglaterra, Irlanda, França e até Portugal, se bem que nestes países o relêvo é menos uniforme.

Outra coisa que o australiano curte muito são hotéis resort, em praias ou não. Como já citei, é programa que não gostamos de fazer, porque além de ficar-se circunscrito aos domínios dos hotéis, eles promovem muitas brincadeiras e jogos que nunca estamos a fim de participar porque achamos tudo “programa de índio”. Tem gente que gosta de fazer excursões, principalmente por causa destas “atividades”, mas isso é justamente o que mais detestamos, e por isso preferimos não excursionar. É uma questão de gosto. Já somos felizes o bastante, não precisamos de falsas alegrias compradas a peso de ouro.

Praias do Nordeste

Para finalisar, quem é do sul do Brasil provavelmente não nota muita diferença entre as praias de lá e as praias da Austrália. Mas como nós somos do nordeste do Brasil, existe uma diferença muito grande entre estas praias daqui e as de lá. Primeiro nosso mar é verde, o daqui é azul. Segundo nossas areias são amarelas, as daqui são beje. Terceiro nossas águas são mornas, as daqui são frias como as do sul do Brasil. E quarto, nossos coqueiros emprestam uma paisagem sem igual das praias tropicais que nem no norte da Austrália existem em tal quantidade. Eles emprestam sombra, além das grandes árvores brasileiras, coisa que aqui também não tem, mesmo em área de floresta tropical. E n
ão venham me dizer que um côco caindo na cabeça pode matar. Nunca vi isso. Enfim, o “tropical” daqui é menos tropical!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Aborígines

Os aborígines australianos são um capítulo à parte. Não acho que eles nem de longe lembrem os nosso índios brasileiros. Os índios brasileiros parecem conviver em paz com a civilização, ora assimilando como se vestirem, ora mantendo suas culturas como em suas danças.
 
Mas os aborígines daqui são totalmente diferentes das pessoas comuns. Por mais que a gente queira achá-los iguais, eles não parecem se sentir assim.

A questão aborígine é talvez a mais delicada desta nação porque involve muitos sentimentos de todos os tipos. Os movimentos de resgates de suas origens e direitos estão em toda parte, não sei desde quando. Eles com certeza tiveram seus direitos escorraçados pelo homem branco quando este se estabeleceu aqui e declarou-se dono do pedaço. Eles foram tomando as terras dos aborígines e implantando suas “civilizações”, ignorando seus lugares “sagrados” e empurrando os aborígines para as áreas inóspitas da Austrália.

Bandeira aborígine

Os aborígines australianos são negros provavelmente por causa do excesso de sol deste continente, o mesmo que acontece na África, mas os aborígines daqui não guardam semelhanças com os africanos, apenas na cor. Eles parecem ser uma raça única no mundo, e facilmente identificável por suas feições. As 145 línguas aborígines faladas na Austrália atualmente que restaram das entre 350 e 750 do século 18, também lembram as línguas africanas, mas não são a mesma coisa.

Não é para existir preconceito nem discriminação na Austrália, mas há. Eles são velados, não declarados, e as pessoas se sentem culpadas de tê-los, mas não se pode ignorá-los devido à grande diferença cultural. A Austrália, seus governos e militantes muito tem feito pelos aborígines, tanto que existem várias leis para protegê-los, o que inclui certas regalias. Tanto é que qualquer formulário que você preenche, perguntam se você é aborígine, tem parentesco com aborígine, ou é nativo das ilhas do estreito que fica entre Austrália e Indonésia, o estreito de Torres.

Os aborígines tem tanta proteção que deviam ser felizes, mas não são. Muito longe disso. Eles são muito complicados de se entender para quem está de fora de sua cultura, por isso a gente só pode falar do que ouve falar, uma vez que não temos a menor condição de viver entre eles. Os negros e índios brasileiros são muito mais “iguais” à população comum do que os aborígines na Austrália, e o fator diferencial não é a cor ou aspecto físico, mas as culturas.

Praticamente a arte australiana é aborígine. Toda a outra arte “branca” se mistura com o resto do mundo, sem identidade, mas a aborígine australiana é única. Suas pinturas são feitas de pontinhos com desenhos bem primitivos, que devem ser feitos a milênios, bem colorido. Praticamente metade de tudo o que povoa os prédios, casas, cidades, em termos de arte é aborígine autêntica.


Aborígines australianos
Os aborígines, quando vivem em cidades grandes, tem direito a tudo o que as famílias australianas tem, mas não parecem se sair muito bem nos estudos. Para aqueles que conseguem, desaparece o estigma e ninguém os olha como aborígines ou descendentes de aborígines. O mesmo acontece com os neo-zelandêzes, que tem seus próprios aborígines conhecidos como Maoris, muitos deles com tatuagens tribais no rosto, braços ou pernas. Um time de rugby neo-zelandês dança a dança aborígine típica antes de cada jogo, e é sua marca registrada, estirando língua, com caras de demônio, e batendo os pés e mãos, como monstros ofegantes vindo arrasar com o time competidor.

Os aborígines australianos não tem isso, parecem mais pacíficos, e por isso mesmo devem ter sofrido certos horrores nas mãos dos invasores brancos. Os filhos de aborígines com brancos, ainda são considerados aborígines pela lei.

Os aborígines ou miscigenados, quando conseguem sucesso profissional, se voltam para defender a causa aborígine. O atual governo do Labor (dos trabalhadores) pediu publicamente desculpas pela “stolen generation” (geração roubada) dos aborígines pelos brancos no passado. A história desta geração roubada é a seguinte: brancos foram construir uma cerca para impedir os coelhos de invadirem a Austrália, uma imensa cerca (olha que cabeça deles!), e como se meteram no “bush” (no mato), se depararam com tribos aborígines. Longe de casa e sem mulheres, acabaram por ter filhos com mulheres aborígines, os quais eram rejeitados pelas tribos e pelos pais brancos.

O governo então teve a idéia brilhante de tomar conta destas crianças, criando-as como brancas, e então foram lá “roubar” as crianças das mães, que não tinham condições de dar a educação branca pra elas. Não se importaram com os sentimentos deles, e isso ficou engasgado nas gerações como uma grande maldade, e aquela geração é considerada a geração roubada. A intenção foi boa, mas o resultado foi péssimo.

Para consertar isso, o mínimo que o governo devia fazer era pedir desculpas em público, mas isso só foi conseguido neste governo atual, e não no governo anterior de direita conservadora.

Acontece que a vida dos aborígines é muito mais complicada do que isso. Eles são tidos como os reis do deserto ou do mato, excelentes guias que entendem a linguagem da natureza, e muitos vivem nos desertos em condições similares aos seus antepassados. Mas grande parte deles vive em cidades, do interior ou grandes cidades, como Sydney.

Suponho que sua convivência com os brancos não seja fácil, apesar de todas as proteções das leis. Eles não vivem bem, talvez porque seus valores não se adequem aos valores dos brancos. O resultado é que eles criam muitos problemas.


Aborígines australianos
O principal problema deles são seus jovens que se drogam ao ponto de tornarem-se deficientes mentais. Eles também têm problemas de obesidade e todos os males da saúde que decorrem dela. O problema da violência doméstica parece insolúvel, eles são extremamente “mal educados”, agressivos e violentos. Eles ainda têm os rituais indígenas deles, como danças com pouca roupa, pintados como para a guerra, seus instrumentos como o didgeridoo, uma grande corneta que emite um som grosso que lembra aqueles do pantanal, produzido por chifres no Brasil. Suas danças lembram as dos índios brasileiros, em roda, batendo os pés, em filinha indiana, com batuques rítmicos e insessantes.

Uma vez nas cidades, eles podem se tornar um terror. Em Sydney e Canberra, eles são “mais civilizados”, mesmo aprontando devido a serem insatisfeitos e revoltados, mas em Perth, a cidade que fica no extremo oeste da Austrália, eles são mais pobres, mais arruaceiros, caem bêbados pelas ruas com frequência e chegam a assaltar as pessoas nas ruas e também a arrombarem suas casas. Os aborígines de Perth são arrogantes e agressivos, é melhor fugir deles.

Em Sydney, por vezes existem choques com a polícia num bairro considerado o bairro aborígine, Redfern, que fica no centro-sul de Sydney. Algumas das casas deste bairro lembram certas favelas brasileiras, com fortes grades de ferro e grandes pixações.

O filme “Priscila, A Rainha do Deserto”, que é um retrato da sociedade australiana, mostra uma festa aborígine no deserto. Este filme é sobre 3 travestis de Sydney cansados da vida de cabarés de Kings Cross, que saem pelo deserto a convite da ex-esposa de um deles que tornou-se lésbica e abriu um hotel no centro da Austrália, para levar o show deles para lá. Eles alugam um ônibus e produzem cenas antológicas no “outback” australiano, divulgando a paixão kitsh (cafona) pelos anos 70. Entre os 3 protagonistas está o ator australiano Guy Pearce como Felícia.


Arte aborígine
Os aborígines australianos são negros mas têm o cabelo liso ou encaracolado, mas não tanto quanto os africanos e afro-brasileiros. Eles não têm uma cara de muitos amigos, mas beleza não põe mesa se eles não fossem tão mal encarados. Parecem que levam uma nuvem negra sobre suas cabeças. O filme “Eram os Deuses Austronautas” mostra bem como são os aborígines australianos, num concenso humorístico.

O governo dá dezenas de benefícios exclusivos para eles, e até casas do estilo das de Canberra, as quais eles detonam e não cuidam, e em lugar de jardins ou quintais, eles têm terreiros de galinhas, por exemplo. Seus carros também são quase sempre detonados.

Pouquíssimos aborígines conseguiram estudar e obter uma profissão de alto nível. Grande parte vive no deserto, no meio do nada, onde tem milhares de lugares sagrados e uma porção de proibições que complicam a vida deles. Até na televisão, quando vai passar alguns filmes, diz assim: o programa que vamos apresentar pode ferir os sentimentos dos aborígines, principalmente se tem referências a gente morta, que tem algo de sagrado para eles.

Não conhecemos nenhum aborígine, mas temos conhecidos alguns descendentes, que também são considerados aborígines mesmo quase sem sangue deles, o que acaba sendo uma grande discriminação, sim senhor.

Então eles são mais conhecidos pelo número de suicídios, pelas drogas que consomem ou cheiram, eles também costumam cheirar gasolina, que acaba deixando os jovens com problemas mentais pro resto da vida.

Os aborígines são o grande problema da Austrália, muito complicado para se entender. Dizem que quando eles vão presos no “outback”, eles morrem nas celas porque não podem viver longe das comunidades deles, então é preciso garantir visitas familiares com grandes privilégios que outros presos não tem. Parece que tudo o que eles vão fazer sofre o crivo dos familiares, o que os torna muito dependentes e ligados, complicando suas decisões, e tornando-os inadequados à vida normal das outras pessoas.

Todas as representações oficiais da Austrália incluem danças aborígines como parte das comemorações. Quem assistiu à abertura dos Jogos Olímpicos de Sydney há de se lembrar da grande influência aborígine nas celebrações. A cultura aborígine faz parte da cultura australiana profundamente, mas parece que isso não lhes satisfaz, e também é “coisa de branco”.

A Embaixada Aborígine

É uma piada. Os aborígines bem que mereciam uma embaixada de verdade. Mas, dependendo da época, visitantes de Canberra, turistas, ao passearem pelos imensos jardins gramados na frente do Velho Parlamento, se deparam com uma cena inusitada e tentam decifrar do que se trata. É preciso saber da história, caso contrário fica difícil de entender.

Naquela pequena parte de jardim existe sempre algo aborígine, uma tenda, uma barraquinha, que representa a “embaixada aborígine”, visto que Canberra é a cidade onde se encontram todas as embaixadas internacionais na Austrália.


Embaixada aborígine
Mas a barraquinha é muito pobre, lembra uma barraquinha de favela, com pinturas aborígines, uma fogueira, talvez alguns aborígines, e muitas mensagens, bilhetes, coisas que só os especialistas sabem o que é, e o que significa. É uma espécie de protesto, talvez não propriamente dos aborígines, mas dos ativistas da causa aborígine.

A presen
ça aborígine na Austrália mostra-se mais forte nos nomes dados aos lugares, ruas, avenidas, bairros, em todas as cidades, como praia de Bondi beach (pronuncia-se “bondái bitch”), bairro de Parramatta, cidade de Wagga Wagga (pronuncia-se “uaga-uaga”), bairro de Woolloomooloo (pronuncia-se “uúlumulú”), em Sydney, montanha de Uluru, bairro de Tuggeranong (pronuncia-se “tágranon”), em Canberra, etc.

Quem estiver curioso com estes nomes pode ver mais no link: 

http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_Australian_place_names_of_Aboriginal_origin

Um grupo de artistas de rua aborígines que se apresenta em Circular Quay, centro de Sydney, tocando didgeridoo e pauzinhos.
Veja mais fotos de Sydney neste blog acima.

Mais informação sobre arte aborígine neste site: 

http://www.aboriginal-art-australia.com/

domingo, 14 de agosto de 2011

Ainda Sobre o Inglês

Vocês sabem que gosto muito de conversar, não é? Agora pensem na minha situação vivendo 12 anos em Canberra sem poder conversar.

Okay, eu tinha Skype e cartões de telefone para ligar para o Brasil, mas nunca é a mesma coisa por uma série de restrições. Primeiro, vivemos do outro lado do mundo, e isso quer dizer 13 horas de diferença, ou seja, enquanto estamos de dia, bulindo, o pessoal no Brasil está no maior ronco. Isso restringe nosso horário de conversa para cerca de 4 horas, das 9 da manhã, que eu não sou coruja pra acordar cedo, até às 12 da manhã, o que corresponde às 11 da noite no Brasil.

Some-se a isso que eu conheço uma pá de gente e nossa família é bem grande. São cerca de 40 pessoas para manter contato, então, ligar para elas todo dia não dá.

No início, ligar para o Brasil saía bem caro. Com o tempo apareceram estes cartões chineses de telefone, mas eles tem sido uma dor-de-cabeça porque, por vezes eles comem meu dinheiro sem permitir as horas que contratei para falar com o Brasil. Ainda por cima, ligar para o Brasil, especificamente para o nordeste, era mais caro do que ligar para o resto do mundo. 


Engraçado, hoje é mais barato ligar pra o exterior do que daqui de Sydney pra Canberra!

Também tive problemas para acertar no cartão que roubava menos, além de ter perdido meu tempo reclamando. Foram tantas reclamações que desisti, aceitei o roubo mesmo. Valha dizer que todos estes cartões de telefone são invenção dos chineses…

Daí surgiu o Skype. Não dava pra usar MSN como meu marido usava a princípio, porque muitas das pessoas que conheço n
ão tem computador, ou usa ele regularmente. Muito pior foi pensar que poderíamos usar câmeras para matar as saudades das pessoas. As câmeras congelavam e tinham uma imagem feia, e ainda têm. Esta tecnologia não tem evoluido muito bem.

Para entrar no Skype, demorei um bocado. Ainda tentamos outra empresa que não deu certo. O Skype custa  mais caro para ligar para o Brasil, mas hoje em dia estou usando tanto quanto os cartões chineses, porque roubo por roubo, acaba dando na mesma coisa. O Skype tem lá seus problemas de conexão também. Enfim, é preciso ser muito paciente para conseguir conversar regularmente com nossos amigos no Brasil.

Emails não funcionam muito bem, só para meu marido que escreve emails quilométricos, mas para mim, quase ninguém lê os emails também regularmente, e depois tem muita gente que paga pra não ter que escrever, é uma tortura que não tenho o direito de exigir deles.

Com o Skype posso ligar para o telefone da casa de alguém. Se a pessoa tem computador e está ligada no mesmo momento que eu, podemos conversar de graça, mas isso é quase impossível. Somente com raras pessoas eu posso fazer isso. O jeito foi manter o sistema de cartas por muito tempo, e ainda uso este meio. Ultimamente eu soube que os postos do correio andam reclamando que ninguém usa mais cartas, e o trabalho deles aumentou muito porque agora todo mundo usa pacotes de compras online. Sinal dos tempos. Eles tem muito mais trabalho e tem que ter muito mais espaço, e isso não estava no contrato inicial dos franchising de correios.

Outro grande problema da Austrália, tão sério que está saindo na TV nestas últimas semanas, s
ão as pessoas reclamando finalmente de que não existem empregados para atenderem nas lojas, e muito menos gerentes à vista. Nunca vimos um gerente, é a coisa mais difícil do mundo, incluindo as grandes lojas e supermercados.

A teoria é muito bonita, mas a prática, vocês sabem, pessoas humanas serão sempre pessoas humanas, e não robôs. Na teoria, os funcionariozinhos são considerados responsáveis e adultos maduros, capazes de lidar com todas as situações e resolverem qualquer parada. Não é bem assim que acontece. Fica muito cômodo para quem emprega jogar a responsabilidade pra cima dos funcionários e exigir deles. O que me intriga é o número de maus atendentes que comprometem os negócios por aqui. Parece que os negociantes não estão nem aí para os clientes, que estes se explodam, como se eles sobrevivessem sem nós. E isso na pátria do capitalismo.

Isso tem um fundo de verdade. Esta é uma sociedade talvez das maiores consumistas do mundo, pois a Austrália é conhecida por produzir mais lixo entre o mundo desenvolvido. Isso quer dizer que, com atendente ou sem atendente, o povo compra do mesmo jeito, e compra muito. Compra tanto que todo mundo tem toneladas de lixo abarrotando as garagens, as quais eles limpam anualmente, levando toda a tralha pra jogar no depósito ou promovendo uma “garage sale” (venda de garagem), coisa muito divulgada por aqui (e nos USA) onde as pessoas espalham a tralha acumulada no “drive way” (saída da garagem), etiquetam tudo com preços mínimos, e ficam lá naquele programa de índio, recebendo pessoas o dia inteiro pra vender o máximo que podem, e até darem de graça, porque o que não consegue ir embora vai custar dinheiro pra ser levado pra o depósito de lixo, que cobra por tipo de peça, além de ter-se que alugar um reboque pra puxar com o carro que geralmente tem puxador por aqui para estas coisas, sem falar no tempo que está se perdendo ao invés de ficar assistindo aos DVDs deles.

Então é assim, as lojas podem enxotar os clientes, chamar eles de babacas, abrir as bolsas deles, que eles não se ofendem, não deixam de comprar, e estão lá, com os cartões de crédito na mão, brandindo, dizendo na porta, me deixa entrar, me deixa entrar, senão eu me suicido. Nos dias de promoção anunciados pela televisão então, o povo encosta cedinho e leva tudo o que pode e que não pode, parece urubu na carniça.

Não é preciso dizer como é fácil roubar nas lojas, e o quanto isso é comum na Austrália. É tão comum que certas lojas mantém alguém na porta para fusquilar a sua bolsa e suas sacolas quando você sai, a fim de ver se você não está roubando, isto sem falar nas câmeras espalhadas por toda a loja. Eles pensam que todo mundo é igual a eles. Imagina se brasileiro ia aguentar uma coisa destas. Pois nós acabamos por nos acostumarmos assim, engolindo mais sapos. Afinal, é uma “ofensa” ser considerado ladrão assim, por qualquer um. Mas é preciso entender o lado deles também. Roubar em lojas é tão comum que tem nome, “shop lifting” (levantar da loja), considerado perdoável para a juventude pois afinal “são jovens”, os bichinhos engraçadinhos!

Infelizmente os australianos, tem este péssimo costume, não sei que raio de educação deles é esta. Outra coisa que adoram fazer nas lojas e colocar tudo no chão, você sai pisando em tudo pois nem funcionários tem suficiente para apanhar e colocar de volta no lugar, já que eles mesmo ignoram e não fazem. A gente costuma brincar dizendo que eles devem ter herdado este mal costume (de roubar) porque são descendentes dos convictos que eram mandados da Europa para prisões no meio do nada.

Nós mesmos já presenciamos vários roubos embaixo de nossos narizes. Já tentamos dizer para uma “atendente” e não valeu de nada, então, deixa eles roubarem. Naquela primeira vez, ficamos bestas de ver um carinha vestir uma, duas ou três destas cuecas samba-cancão estampadas e botar a bermuda dele por cima no meio do corredor apertado entre os cabides de roupas. E nós estávamos no início do corredor. Custou para assimilarmos o que estava acontecendo, e quando “realisamos” (“realise”, tomar conhecimento) ele já ia se escafedendo pela porta, calmamente, natural, pra ninguém desconfiar de nada. Falamos pra ela mas nem sabemos se ela entendeu, parecia uma beócia.

A gente já sabe até o perfil dos “shop lifters”, e isso é porque as lojas são sempre repletas de câmeras por todo lado, e o shopping inteiro também, incluindo estacionamento, ruas, o escambau, imagina se não fosse. Vai ver até que toaletes também tem câmeras escondidas… Na TV às vezes passa programas mostrando a capacidade de certa gente, até “distinta”, jogando jóias na bolsa e tal. Esta semana fizeram uma experiência pra saber até que ponto o australiano ainda é decente. Fizeram pessoas distintas “perderem” dinheiro na saída de caixas eletrônicos pra ver se as outras pessoas devolviam. Metade devolveu, metade saiu de fininho, mesmo vendo bem quem tinha perdido o dinheiro. É, um dia este percentual foi bem mais alto aqui neste país…

Mas estas câmeras nem sempre são eficientes. Verdade que de vez em quando a gente vê os vigilantes parando pessoas do lado de fora do shopping, porque é assim: eles ficam caladinhos, chamam os guardas, que param a pessoa bem longe, pra não envergonhar elas e não fazer alarde, sabe como é. Depois eles colocam os jovenzinhos dentro dos carros de polícia, discretamente… Dentre os tipos de roubos existem aqueles das crianças comerem e beberem de graça nos super-mercados, claro, alimentados pelos pais que deixam as embalagens vazias em qualquer lugar. Não pensem que só no Brasil existem estas coisas não. Mas os bebês não são colocados nos carros de polícia…

Então, brasileiro visitante ou morador de primeira viagem custa pra sacar esta “discreção” das attitudes deles. Ladrão é discreto, polícia e vigilantes são discretos, empregados são discretos ao chamarem a polícia, e pra você que está ainda deslumbrado com as novidades, não saca nada. Só depois de anos de convivência é que você vai aprendendo como é que eles lhe enfiam a faca devagarzinho e sorrindo.

A Beneficiária

Aqui vai uma história bem genérica, mas típica, que reune muitas das coisas que já vimos ou sabemos, histórias nossas misturadas com histórias que ouvimos, e até reportagens sobre o serviço social. Trata-se da história de uma mãe solteira moradora de Canberra, como tantas outras que existem na Austrália.

Começa que, ser mãe solteira é hoje em dia motivo de orgulho pela bravura da figura. Continua com a crença geral de que homem é inferior, mais estúpido e idiota. O “portrait” (retrato) do homem típico australiano é um bebum barrigudo segurando o controle remoto numa mão, arrotando, cercado por migalhas de pizza, e com uma garrafinha de cerveja na outra mão, claro. 

Mãe solteira canguru (cartão de http://www.netmums.com/)
Não é nada disso, mas ainda pintam assim, apesar dos esforços de muitos maridos em atenderem às patroas fazendo tudo em casa, desde cozinhar até lavar, passar e passear sozinho com os bebês nos carrinhos (frequentemente gêmeos em carrinhos duplos – uma quantidade fora do comum de gêmeos per capita, fruto de inseminação artificial porque nem pra isso as mulheres estão dando mais nesse país – quer dizer, dando elas estão...). 

Diligentes pais australianos...
E também não adianta os esforços do Crocodile Dundee em divulgar a imagem do australiano no mundo como de domador de cobras no mato. Bem, isso de domar cobras, tem muito mesmo, e cada dia mais homens se tornam “domadores de cobras” (gays), tá uma verdadeira praga mundial. Quem tem o seu, trate de trabalhar senão ele vira do avesso. A pressão está aumentando...

Crocodile Dundee, uma série de filmes sobre o que seria um australiano típico
Pois bem, a tal da mãe solteira é uma heroína! Então, o governo, provavelmente influenciado pelas figuras femininas proeminentes desta era pós-feminista, num país onde as mulheres galgaram uma posição talvez nunca dantes conseguida e se encheram de leis para lhes protegerem dos brutamontes arruaceiros, resolveu sustentar estas coitadinhas vítimas destes insanos irresponsáveis.

O governo dá benefícios para desempregados, fornece casas do mesmo nível de todo mundo pelas quais eles pagam menos, dá mais benefícios para cada filho, e ainda dá bônus para cada nascimento. Imagine o que você faria com uma fartura de benefícios destas? Vamos ver se você teria o perfil e gabarito para se qualificar para este tipo de “emprego” através dos seguintes exemplos.

Se você é irresponsável, foi frequentemente expulsa do colégio, da banda-voôu, dando pra todo mundo desde os 13 anos, esganiçada, escandalosa, filha de mãe separada que nunca viu o pai biológico, que fazia sexo com um dos filhos bastardos da mãe, o meio-irmão aborígine de 30 anos, e tendo sido “abusada” sexualmente pelo segundo “partner” da mãe, tendo sido botada de casa pra fora pelo quinto “partner” da mãe, você acharia que este era o “emprego” ideal para você.

Nem vendedora de McDonalds você conseguiu ser como todas as suas “girl-friends” (amigas) e ex-colegas de escola por ter respondido a processo por porte de drogas e direção embriagada entre os 15 e 17 anos, uma vez que os empregadores ingenuamente perguntam nos formulário se você respondeu a processos, mas se você mentir, eles descobrem do mesmo jeito, então não é tão ingenuamente assim, da
í que ganhar dinheiro pra botar filhos no mundo fazendo o que você mais gosta de fazer, é realmente um maná dos deuses. Além de ganhar dinheiro pra abrir as pernas, ainda vai ter todo o tempo livre do mundo para “outras atividades” mais lucrativas.

Criança vale ouro
Pois bem, tem muita gente que apresenta este perfil e resolveu viver assim, então os benefícios do governo nesse caso saíram pela culatra por promover este tipo de desvio social ao invés de ajudar a quem realmente precisa. Okay, os benefícios realmente ajudam a quem merece, mas também os desvios são tantos, que frequentemente são objetos de escândalos nos jornais.

Então a nossa personagem dessa estória arranja um “macho” também desempregado e com história semelhante, e requer do governo os benefícios merecidos assim que atinge 16 anos e sai de casa. O governo então lhe enche de dinheiro e depois de algum tempo ela consegue uma casa “do governo”, como são conhecidas estas casas que as pessoas compram e alugam para o governo, que subsequentemente as aluga para os “beneficiários” por um preço subsidiado. Para o dono da casa é negócio porque, apesar destes tipos de inquilinos frequentemente destruírem a casa, ela está sempre alugada para o governo.

Uma vez a casa é ocupada, mobiliada com móveis usados baratos, ela fica umas semanas com o “partner” na casa do governo, que pode ser sua vizinha porque as casas são disfarçadas, não se sabe que são casas de pessoas em dificuldade, que é para isso que existem estas casas desse jeito, para dar dignidade a quem está atravessando um período de penúria, então é um prato cheio para a nossa figurinha que dá uma de senhora respeitosa vivendo num bairro decente como todo mundo. Então esta mulher tem o primeiro bebê, com o qual passeia no carrinho de bebê lindo e bem cuidado, junto com o “partner” pra todo mundo ver.

Ela tem o cuidado de ajeitar o bebê bem direitinho do lado de fora da casa (pra todo mundo ver) porque isso não é o normal do povo daqui, sempre muito reservado. Além disso, semanalmente ela dá um nó nas cortinas da frente, que é sinal de que a casa está sob faxina, pra dizer que toma conta da casa direitinho. Em pouco tempo a casa parece um brinco, com parquinho de diversões no quintal, e graminha aparada na frente, cerquinha pintada e tal.

Muitas vezes a gente desconfia que uma casa ou apartamento é de governo porque tem muita mobília ou carros quebrados na frente, no jardim, na garagem ou no quintal, ou até roupas estendidas na varanda, coisa incomum em Canberra, porém mais comum em Sydney (como é comum em todos os países da Europa e Ásia – e nos bairros remediados da América Latina, etc). E muita gente que a gente conhece reclama ter uma casa do governo na redondeza por causa do fuzuê que fazem na casa. Um amigo nosso reclamava que o vizinho dos fundos era uma casa que abrigava doentes mentais, então quando visitávamos eles, ficávamos ouvindo uivos, antes dele vender a casa.

Então chega a hora desta mulher botar sua estratégia em prática, bolada por ela e pelo “partner”, e também de acordo com muita gente que ela conhece. Esta mulher então arma um barraco no meio da rua, pra onde vem a polícia e se instala naquele carnaval, com os vizinhos apreensivos olhando pelas brechinhas das persianas, que é assim que o povo daqui “acompanha” o que está acontecendo na rua, preocupados com o valor de revenda de seus imóveis, caso a coisa se torne conhecida e saia nos jornais. A polícia então prende o “partner”.

Para os vizinhos, o “partner” parece inocente porque ele fez questão de armar uma pré-cena pedindo a algum vizinho pra chamar a polícia porque a mulher estava enlouquecida e queria matar a criança no meio da noite. Só depois de muita história é que os vizinhos ingênuos sacam que tudo parecia mais uma armação, mas na hora parecia verdade.

Uma vez preso no camburão, o cara esbraveja, dá porrada dentro do camburão, mas a vaca é a mulher. O preso é sempre o homem primeiro, porque o regra é que o homem é o agressor, não interessa se ele não é, passa a ser suspeito só por ser homem, e só depois de provado na corte é que ele sai andando. Vai ver é por isso que tantos estão virando gays...

Este escândalo é repetido a cada ano, com o mesmo homem ou com outro, a fim de garantir que a figura tem motivo para ser mãe solteira, ou seja, impossível viver com os maridos.

O homem desaparece e nunca mais põe os pés ali. “Nunca mais” é força de expressão. Depois de alguns meses, lá está ele de volta “de bicicleta”, passa mais duas semanas, outra cena escandalosa com direito a polícia, e ele desaparece. Dali a uns meses a gente encontra o cara passeando com outra mulher empurrando outro carrinho de bebê, com a barriga cheia novamente. O casal vai fazer compras no super-mercado do shopping exibindo as crianças de ônibus (provavelmente ambos já tiveram as carteiras de motorista caçadas, ou então de ônibus é mais “visível” a felicidade e “normalidade” deles). Ou seja, ele é “parceiro profissional de aluguél” e vai ver até tem parte na recepção dos benefícios de cada uma das mulheres “impregnadas” (engravidadas, “impregnated”) por ele, e ele serve para fazer bebês nestas mães solteiras profissionais.

Faz um bebê aqui, outro bebê ali, e assim são outros homens de várias cores, tamanhos e raças, que passam duas semanas com estas mulheres, lhes dando filhos coloridos e espalhando seus genes, cujas crianças crescerão sendo os pesadelos das escolas, dos professores e da sociedade, fazendo proliferar a comunidade de criminosos e desviados na sociedade australiana.

Pois bem, nossa mãe faz tanta m..., mas tanta m..., que acaba sendo presa ela mesma. As crianças são então levadas para serem distribuidas com “foster parents” (pais temporários, que não são adotivos porque adoção é um problema seríssimo além de caríssimo também, muito mais complicado do que oferecer-se para ser “foster parents”), ou então o pai da figura, ou algum parente, pega as crianças pra criar bem longe da filha bastarda.

Era só o que ela mais queria, ficar livre das obrigações com as crianças. Então, quando ela é solta, meses depois, volta pra mesma casa, porque, por alguma estranha razão, a casa não é disponibilizada para outras pessoas necessitadas. 


A casa tem um prazo longo para ser considerada abandonada ou disponível, coisa de 6 meses ou mais. A casa está abandonada a 6 meses, mas de vez em quando aparece alguém que se tranca nela, acende umas luzes, faz não sei o que, e depois vai embora. Esta pessoa muitas vezes faz faxina e corta a grama, para dar a impressão de que a casa não está vazia. Ou seja, deve ser alguém da comunidade de “defraudadores do serviço social” que se ajudam uns aos outros a fim de manter o “privilégio”. E com isso conseguem enganar os agentes sociais quando eles aparecem pra “checar” e vêem que tudo parece normal, apesar de darem com a cara na porta.

Quando a nossa personagem ainda está em casa, muitas vezes as pessoas do serviço social aparecem mas ela não atende, fingindo-se de morta. Quando as pessoas desaparecem, ela escancara a porta de novo. Assim mesmo acontece com a polícia, que muitas vezes estaciona no fim da rua esperando pegá-la em flagrante, mas provavelmente não falta quem lhe avise para ela não aparecer, e os policiais ficam com cara de tacho e não voltam mais. É muita gente feita de palhaça por estas figuras espertas. Então, para cuidar da casa até o pai da figura serve, pra cortar a grama, a fim de que ela permaneça ali, bem longe dele e lhe cause menos problemas.

Logo a tal figura passa a receber visitas de homens frequentemente, alguns estacionando em lugares sombrios, que entram e saem com “estranhos pacotinhos”. Os vizinhos começam a desconfiar de tráfico de drogas, mas os funcionários do serviço social quando vem visitar, dão com os burros n’água e tudo o que fazem é deixar bilhetinhos na porta. Por vezes tem diversos bilhetinhos nestas casas, e por vezes os bilhetinhos todos desaparecem de repente.

Alguns funcionários do governo ainda olham em volta e conseguem perguntar alguma coisa a algum vizinho, mas se o vizinho pergunta de volta, curioso, eles dizem que não podem dizer por causa da privacidade e tal! Eles podem ouvir muitas histórias, mas no pega pra capar, os sujeitinhos sabem muito bem como enrolar a fiscalização e conseguir continuar no bem bom. A estas alturas nossa “mãe” já não vê os filhos que estão sendo criados por outros faz tempo, se bem que de vez em quando receba a visita dos pimpolhos, mas ela engravida de novo e começa nova carreira, gerando mais filhos sem pais, cada um de uma cor diferente, de preferência.

Estas figuras frequentemente perdem a carteira de motorista por dirigirem bêbadas ou drogadas, então andam de ônibus pra cima a pra baixo com três ou quatro crianças, algumas nos carrinos de bebês, importunando todo mundo pra subir e descer nos ônibus com motoristas pacientes demais para nosso gosto. A certa altura, os motoristas foram proibidos de ajudarem, e elas então têm que fazer tudo sozinhas ou pegar algum idiota para ajudá-las para quem elas não dão nem um obrigado, como se fosse obrigação deles ajudarem uma mãe em dificuldades. Uma vez ou outra perdida elas estão com os “parceiros fazedores de filhos” e parecem um casal feliz com uma carrada de filhos bonitinhos.

Aqui na Austrália é muito comum você topar com uma mãe empurrando o filho no carrinho nos corredores de super-mercados e shopping centers. Elas se acham no direito de que todo mundo deve sair da frente delas, e se não saem, elas botam o carrinho por cima, decididas e desembestadas, prontas para a briga e para exercerem seus domínios de mães gloriosas e cheias de direitos. Obviamente que são ignorantes e entendem mal os direitos que tem, exagerando e exercendo o poder temporário para subjugar a população “inferior” que não têm bebês. 


Estas mães geralmente não são mulheres que todo homem quer fazer filhos com elas. Elas são um desastre, magras que nem táboas, avacalhadas, escangalhadas, de cabelo pintado, fumantes, mas os “partners” não estão nem aí, foi buraco...

Estas mães não precisam trabalhar, coitadinhas, devido ao duro danado que dão para cuidar das crianças. Deveria ser verdade, e isso é o que todo mundo assume, inclusive o serviço social. Elas parecem até cuidar direitinho das crianças, a não ser quando as crianças se enfezam e dão gritos nelas, chamando elas de putas, e usando todo o arsenal de palavras de baixo calão que aprenderam com elas e com os “partners”, já daquela idadezinha. São crianças que começam jogando pedras nos vizinhos, ou jogando bola na rua, quebrando as vidraças deles, e por aí vai suas promissoras carreiras de futuros beneficiários do “sistema”.

Os fazedores de filhos também não são rebutalhos de homens não, são com frequência garotos fortinhos, bonitinhos, meio mal arrumados, mas capazes de fazer filhos saudáveis, cheios de testosteronas, que elas não são burras nem nada e arranjam do bom e do melhor. São mini-criminosos também, frequentemente presos. É um comércio verdadeiramente intenso, e quem paga por ele?

Nós pagamos por eles!

Pagamos com os nossos impostos. Os idiotas dos empregados do governo são incapazes de sacarem o que está acontecendo, mesmo com os formulários quilométricos que eles obrigam os beneficiários a preencherem todo ano. São completamente cegos pela burocracia, não enxergam um palmo adiante do nariz. Ou então eles se auto-protegem uns aos outros, só sendo!

Nós já sabíamos que muita gente, mas muita gente mesmo, já vivia assim de benefícios sociais na Europa, na Inglaterra, na França, mas nunca tínhamos visto assim, ao vivo. Tem gente que jamais trabalhou e jamais trabalhará, vivendo dos benefícios eternamente, porque é assim, quando você começa a ganhar dinheiro trabalhando, seus benefícios vão diminuido de acordo com os ganhos que você tem que declarar anualmente, até se reduzirem a zero se você ganhar muito. Então, se você consegue viver com a quantia dos benefícios, não precisa trabalhar. Estas pessoas tem carro, móveis, televisão, casa, parquinho para as crian
ças no quintal, tem tudo. Então trabalhar pra quê?

De quebra, como ela não é nenhuma santa, anda com gente barra pesada, e logicamente acaba traficando drogas para ganhar mais trocados. Até de prostituta ou dançarina sensual ela pode dar uma de, pois ter escrúpulos pra quê? Tem hora em que sua casa parece um bordel, o tanto de homens que entram e saem. Logicamente que esse comércio não dura muito, mas depois de mais alguns meses, lá está o comércio de novo, é cíclico. Entre uma prisão e outra, tome comércio. 


Casa de Maria Joana

É frequente aqui na Austrália, país de “gente inteligente”, a polícia “quebrar” (“break”, encontrar e desmobilizar) uma casa normal como outra qualquer que, no entanto, é ocupada por Maria Joana... marijuana (maconha). Quer dizer, na maioria dos cômodos da casa grande, 4 quartos, o dono ou inquilino cultiva marijuana de forma “hidropônica”! Isso significa que as plantinhas crescem dentro de casa, como se fossem em estufas. Também é comum “quebrarem” laboratórios de outras drogas mais sofisticadas em fazendas.

E é assim que parte da Austrália maravilhosamente vive. Mas dificilmente você vai sacar isso numa visitinha de turista. Você vai achar lindo os casais empurrando os carrinhos de bebês deles sorrindo e se divertindo. Você pode se hospedar vizinho a uma destas casas e não sacar nada de estranho em um mês de estadia. Nem sequer barulho você pode ouvir, e se a polícia bater na porta da vizinha, você vai achar uma maravilha como eles são eficientes, como aparecem tantos carros pra uma simples ocorrência, que proteção! Vai ficar maravilhada como os oficiais são tão delicados, limpos, bem vestidos, falando baixo, compenetrados, circunspectos, dignos, silenciosos, cuidadosos e tal. Então, essa é a Austrália para turistas!